terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Índio e Cowboy do mês: Paulo Galindro

Este mês temos um verdadeiro índio e cowboy como entrevistado.
Sim, é o primeiro rapaz nesta secção.
Este menino sorridente é o Paulo.


Quando tirou esta fotografia brincava com berlindes, ao pião, fazia aviões de papel, perdia-se no mundo encantado dos livros  e sonhava em ser astronauta.
Na verdade, ainda faz isto tudo. E, para nós, é astronauta e muito mais.

Digamos que temos uma admiração especial pelo Paulo, por poder continuar a brincar, enquanto trabalha e ainda apanhar o seu foguetão todos os dias e descobrir novos planetas e estrelas e galáxias desconhecidas.

O Paulo faz magia. 
É ilustrador  de livros. 



E de murais. E muito mais.



De certeza, que já viram as suas ilustrações em muitos livros, em escolas e bibliotecas.
Conheçam o site do Paulo http://www.paulogalindro.com/pg/inicio.html , o seu blogue pintarriscos.blogspot.com e sigam-no no facebook www.facebook.com/PauloGalindro.

  


 

                         
                     

 



                 


1.   O que queria ser quando era criança?


Lembro-me aos 6 anos de verbalizar pela primeira vez os meus 3 sonhos, e desde aí nunca mais os larguei: ser astronauta, desenhar casas e pintar livros. Ao fim de 43 anos sou arquitecto, ilustrador e quanto a ser astronauta.... Bem, num país onde a cultura é tão valorizada pelo nosso governo, sei que um dia vou enriquecer com esta coisa de ilustrar livros, e vou poder comprar uma viagem à lua. Enquanto isso não acontece, posso sempre desenhar foguetões ou criar outros planetas.

2.    Melhores memórias de infância?

São tantas, que é difícil escolher. A portabilidade por exemplo... O calor e a protecção do colo dos meus pais era uma das vantagens de ser portátil. Os natais. O cheiro do lar. As idas ao jardim com o meu pai. Os Fizz, que é um gelado fabuloso. E acima de tudo, uma das memórias que traçou o meu destino: quando o meu pai me levava ao trabalho dele (ele trabalhou a vida toda em artes gráficas, ou seja, imprimia livros), e me punha em cima de uma enorme folha de papel. Do alto dos meus gloriosos 90 cm, aquela folha era um imenso universo de papel, onde eu, Deus-Criança, podia povoá-lo com todas as criaturas possíveis e imaginárias.

3.   Livro infantil preferido?
Detesto a designação "Livro infantil". Só serve para ajudar a arrumar as livrarias. Vou por isso provocar... "Cosmos", de Carl Sagan, que me ensinou que a ciência é um brinquedo a descobrir, e que o universo é o nosso parque e recreio infinitos. Mas também podia ser "O Principezinho" de Saint-Exupéry (na verdade, estão ao lado um do outro na minha estante).


4.   Filme infantil preferido?
"E.T", de Steven Spielberg, e "Shane", um filme lindo de cowboys realizado por George Stevens, que tem um dos finais mais arrebatares e emocionantes que já vi (já o vi 7 vezes, e deixa-me sempre com um papillon na garganta). E porque há sempre uma criança dentro de nós, posso ir um pouco mais à frente com "História interminável" de Wolfgang Petersen. E se andar ainda mais para a frente, "Forrest Gump" de Robert Zemeckis e "O Fabuloso destino de Amélie" de Jean-Pierre Jeunet.



5.   Música infantil preferida?
Todas as músicas das séries que faziam (e fazem) as delícias do pessoal da minha geração: Heidi, Marco, Abelha Maia, As Maravilhosas Cidades de Ouro, Verão Azul, Conan - O Rapaz do Futuro, Dartacão, Os cinco, A Árvore dos Patafúrdios. Ah! Como é que me podia esquecer da banda sonora do filme "Yellow Submarine" dos "The Beatles"? Um pecado dos grandes.


6.   Brinquedo preferido em criança?

O mítico Lego (que ainda hoje me deixa com borboletas na barriga, sempre que tenho de ajudar os meus filhos a montar uma nova construção ) e um boneco articulado estilo Action Man, que nas minhas mãos (e nas mãos da minha mãe, que que lhe costurou as roupas que a minha imaginação ditava) foi tudo e mais alguma coisa: Astronauta, soldado, polícia, pára-quedista, mercenário da Legião Estrangeira, mergulhador e sei lá mais o quê. Esse boneco ainda existe no cesto de brinquedos dos meus filhos (cheio de arames a segurar-lhe os membros e outras partes inconfessáveis, e com uma enorme falta de cabelo, em jeito de presságio para com o seu amigo de infância, que também é careca), numa luta diária por um espaço cada vez mais exíguo devido a um sem número de brinquedos mais modernos, que tal como as tupperwares e respectivas tampas lá de casa, parecem ter hábitos de procriação.

7.   Brincadeira preferida em criança?
Construir aviões de papel (paixão que ainda não me abandonou), jogar ao berlinde e ao pião. Era um mestre Zen nessas nobres artes, sobejamente conhecido na península de Setúbal e arredores.

8.   Se pudesse voltar a ser criança o que faria?
Brincaria muito mais. Desenharia muito mais. Arriscaria muito mais. Seria menos tímido, e teria dado um beijo à Isabel, a menina que morava mesmo à minha frente e que nunca soube que eu gostava dela. E partindo do princípio que "voltar a ser criança" pressupõe uma viagem no tempo, diria de mim para mim: "Paulo, puto, não cometas a asneira de crescer... É um embuste... Manteres intacto o teu espírito de criança é a única forma de não te deixares corromper por este mundo maluco!".

9.   Fontes de inspiração para o trabalho e para a vida?
Para o trabalho: Oliver Jeffers, Rebecca Dautrémer, Stephen Hawking, Ludovico Einaudi, Mozart, Sigur Rós, Budismo, Carl Sagan, Fernando Pessoa, Hayao Miyazaki, os meus filhos, os filhos dos outros, Miró, Banksy, Os Gémeos, Matisse, Corto Maltese, o Surrealismo, o mar, o sol, dióspiros com canela, as nuvens, a lua, o Amor, as estrelas... (estava aqui o resto do dia, mas a sensatez diz-me para não o fazer)

Para a vida: Porque a vida imita a arte que imita a vida, exactamente o mesmo que me inspira no trabalho.


10. Blogues e sites que segue habitualmente?
Um milhão deles... Tenho tantos subscritos na aplicação Feedly, que nem sei por onde começar... Ora bem:

Estes são apenas uma amostra que pretendi fosse eclética. Envolve muitas das minhas paixões... A música, arte urbana, a ilustração, a filosofia, a poesia, a fotografia, a publicidade, a criatividade em geral. Há muitos, muitos outros. Destaco ainda os Staff Picks da Vimeo, e esse maravilhoso mundo que é o Pinterest.

Se quiserem saber mais, vão ao meu blogue pintarriscos.blogspot.com. Há lá muita coisa para se entreterem.

2 comentários:

  1. Yaaaaahhhhhhh...
    I'm a poor lonesome cowboy
    I've a long long way from home
    And this poor lonesome cowboy
    Has got a long long way to home
    Over mountains and over prairies
    From dawn 'til day is done
    My horse and me keep riding
    Into this settin' sun
    I'm a poor lonesome cowboy
    But it doesn't bother me
    'Cause this poor lonesome cowboy
    Prefers a horse for company
    Bot nothing against women
    But I wave them all goodbye
    My horse and me keep riding
    We don't like being tied
    [Lonesome cowboy]
    [You've a long long way to go]
    [To go ...]
    [To go]

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  2. Brilhante, Paulo!
    Parabéns!
    Tinha 1 livro com ilustrações suas e agora vou estar atenta!

    Rita

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